quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cidadã do Mundo

Para nós Alexandra, para o mundo uma simples menina, de sorriso aberto, e olhos translúcidos. Uma, entre tantas outras presa nas malhas da justiça, onde impera a vil cegueira dos homens. Garanto, hoje até nem é o melhor dos dias para estar aqui a escrever sobre este caso, pois o meu estado de espírito pode eventualmente carregar os adjectivos, na hora de o tratar com a emoção que ele merece. No entanto, prometo tentar não ofender ninguém na sua dignidade, não é de todo, esse o meu propósito. Eu sei que o caso no nosso país já se tornou de tal forma mediático, que já ninguém olha para ele, sem achar enfadonho, o ruído que se faz á volta dele diariamente. Mas este caso, igual a milhares de outros que proliferam por esse mundo fora, é da maior importância. Vale a pena reflectir, como os homens, esses que detêm o poder de determinar o futuro de quem por infortúnio, cai nas mãos da justiça, tratam do nosso futuro. Sim do nosso futuro, não costumam dizer que as crianças são o nosso futuro, o futuro do mundo? Dizem não dizem? Convêm, fica bonito no dia 1 de Junho, a frase é bonita, e é rápida de escrever nos discursos dos mais entusiastas. Depois na prática é o que se vê. Atropela-se o direito das crianças, faz-se de conta, assobia-se para o ar, e tudo termina com uma enorme confusão, cheio de nós muito bem atados. Trataram a Alexandra como se ela fosse algo abstracto, um mero número num processo perdido no meio de corredores apinhados de tantos outros papéis. Os mesmos homens, esqueceram que este vai-e-vem, o muda de familia como quem muda de camisa, marcará o futuro da criança para sempre. Como poderá ser esta criança, no futuro, um adulto equilibrado, se já perdeu a sua infância? Consigam ou não fazer justiça tarde e a más horas, tenham ou não a habilidade diplomática para lidar com as autoridades Russas, e conseguir dar esperança de um futuro melhor a esta criança em Portugal, com a família que sempre foi a dela, há direitos que lhe foram negados enquanto menor. Para que saibam o artigo segundo, da carta dos direitos das crianças reza assim:
2º Princípio – A criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança.
Sendo assim, e sabendo que este não é caso virgem, será que estes homens com poder para decidir, os tais que moram nos novos e velhos palácios da justiça, conseguem olhar de frente para os seus próprios filhos?
Sabem este caso enoja-me, com toda a carga que a palavra contém. Enoja-me o caso, as pessoas nele envolvido, a hipocrisia que manifestam, e a indiferença com que o abordam. Vocês Juízes donos de um poder quase divino, cheiram a bolor, são arquitectos de inúmeros equívocos e agonias, e não defendem a causa para as quais foram nomeados. As Alexandras cidadãs do mundo, esperam com certeza, que vocês despertem nos seus mundos, nos seus problemas que de tão pequeninos, se tornam ainda mais graves, que as tratem com todo o respeito, e sobretudo que as olhem, olhos nos olhos.
Já agora só por curiosidade, eu ao publicar uma foto desta menina, acabo de violar também um direito das crianças. Descubra qual.

2 comentários:

  1. Este caso é uma autentica palhaçada, reflexo da justiça que quase nunca se faz! O problema é que quem sofre não pode sequer dizer nada que lhe valha!
    Presumo que estejas a abusar dos direitos de imagem desta criança! Mas parece-me inofensivo, comparando com os muitos e bem mais fisicos e morais do que este!
    :)

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  2. Palhaçada parece-me bem, salvaguardando a imagem dos palhaços por quem eu até tenho um grande apreço.
    Sim a imagem da criança, a qual ninguém se lembrou de proteger, como recomenda a carta.
    bjs :)

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