segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Doeu?




Nem tudo o que sangra doi, assim como nem tudo o que doi sangra.

O fotografo não poderia ter sido mais feliz.

A capacidade que temos de superar algumas feridas ficam aqui bem evidentes.


Foi um dia quase perfeito...
Não fosse o jogo ter mais 2 minutos do que devia, e era perfeito.
Na T.V, o candidato do PSD a Matosinhos, adepto do porto discute a politica de contratações do Benfica. Com a falta de argumentos para combater as evidências (o glorioso está de facto muito melhor), o homem agora defende que as equipas deveriam ser compostas por jogadores nacionais. Bem... assim fazendo um exercício de memória bem rápido, lembro que o Deco e o Pepe, chegaram a Portugal como estrangeiros, e num ápice foram convocados para a selecção portuguesa. Acho que o candidato a edilidade matosinhense se deixou afectar pelo cansaço provocado pela pré campanha.
Então primeiro defende a convocatória de estrangeiros para a selecção, mas...nos clubes alto lá!
Meus amigos é preciso jogar só com o que é exclusivamente nacional. Mau pronuncio Guilhermito... Se na politica o meu amigo demonstrar tanta coerência estamos bem servidos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vazio (parte II)


Até parece de propósito, eu aqui a falar de vazios...e...pimba.
O PSD apresenta o seu programa para governo. Já estou mais feliz, a partir de agora tenho muito mais confiança no futuro. A grande Nelinha convocou uma conferência de imprensa, para dar conta das principais medidas do extenso documento.
Então não é que as três principais medidas são...não fazer nada... sim isso mesmo, não fazer rigorosamente nada. Não é de génio? .
Alô...está a ouvir-me?? Eu também sou português. e peço-lhe por favor faça alguma coisa!!!
Será que aquilo que esta escrito...o de que quer ouvir todos os portugueses é mesmo verdade?

O Vazio...


O que será realmente o vazio? O estarmos desprovidos de tudo, de afectos, de emoções, de sonhos, de vida? Julgo que a única vez que estive perto de o perceber, foi quando por razões profissionais, acompanhei uma reportagem sobre os novos sem-abrigo. Como devem calcular, a cada dia de trabalho era brindado por um turbilhão de emoções. Essas pessoas bem reais, que todos nós fazemos mais ou menos conscientemente, para que nos passe bem ao lado, ganhavam vida. A hipocrisia a que somos votados no nosso dia-a-dia, obriga por vezes a perder a memória, ao fazer de conta, ao uso do crivo para filtrar o que só nos realmente interessa, por isso é raro dar-mos conta que ELES também existem. A jornalista, a quem eu com muito honra fazia companhia, ficava a par e passo, visivelmente tocada pelo VAZIO que as palavras dessa gente sem nome proferia. A frase que mais recordo ainda hoje, foi dita durante uma resposta a uma pergunta para nós simples de responder, mas que agora compreendo ser de extrema dificuldade para este grupo de pessoas. A questão era: " Qual é o seu maior sonho?" Do outro lado uma voz rouca, talvez demasiadamente marcada pelas agruras a que estava votado respondeu:
" Olhe menina...não sei...talvez uns sapatos novos que estes deixam entrar água e o frio..."
A emoção apodera-se de mim sempre que recordo este episódio, desculpem.
Aguardava que a resposta fosse qualquer coisa como... "olhe que a minha familia se lembre de mim..", isto no minimo, ou "...ter uma casa para poder dormir..", ou ainda mais arrojada como "...ganhar a lotaria...", mas não. Escusado será dizer que no dia seguinte logo pela manhã, o maior sonho deste homem ao momento, estava concretizado. Agora vagueava de novo pelas ruas do burgo, mas com menos frio nos pés, e concerteza um pouco menos VAZIO.
Não será este um bom exemplo da soma de todos os nosssos pequenos vazios?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A politiquice do Burgo

Hoje sinto-me verdadeiramente optimista. Acordei a acreditar mais no futuro do nosso país.
A cada passo que dou, encontro gente imbuída pelo espírito de encontrar novas estratégias para driblar a crise. Aliás parecem tão bons tecnicamente na execução das fintas, que facilmente substituiriam o Di Maria no ataque benfiquista (curvem-se). É desta meus amigos, garantidamente. Portugal será a partir de amanhã, um verdadeiro oásis neste verdadeiro deserto de ideias. Não pensem que afirmo isto levianamente, ou que continuo na senda das inconsequências... muito pelo contrário. Os nossos políticos passaram repentinamente de "bestas" a "bestiais", são a verdadeira nata da sociedade. Pasmem, façam lá esse favor.

À quatro anos atrás, as campanhas eleitorais faziam-se á custa da distribuição de brindes, de visitas á feirinha onde não se comprava rigorosamente nada, e ao famoso beijinho e aperto de mão. Agora de novo em período eleitoral, eis que essa classe talentosa resolveu “meter mãos á obra”. A partir de agora todos os comícios, independentemente do partido, oferecem porco assado no espeto.

Qual ovo de Colombo? Qual eureka? O que é nacional é bom!!!!

Só com esta medida, reparem bem, mata-se não um porco, mas 3 coelhos de uma pancada só! Primeiro, com a oferta do real suíno, podemos prescindir de algumas refeições durante 15 dias, fomentado assim a poupança. Em segundo lugar como a procura vai aumentar, os suinicultores vão podem finalmente aumentar a produção, e por último está posto de lado o fantasma da extinção de tão nobre animal.

Vejam como esta hábil medida pode contribuir de forma decisiva para o aumento do P.I.B. Só não lhes tiro o chapéu porque tenho medo que o sol me faça mal. É delicioso ou não?

Já agora dava jeito que na Maia tirassem os cartazes… perdão Outdoors do avô cantigas que proliferam a cada esquina, e colocassem outro com um politico a sério, só para variar.

Trabalho...ou ainda a Escravatura?

Oficialmente a escravatura em Portugal foi abolida em 1869. Existe o mito, que o nosso país foi o primeiro no mundo a fazê-lo. Mas não passa disso mesmo, pois a Inglaterra já o havia feito em 1834, a França seguiu os mesmos passos em 1848, e logo depois os Estados Unidos em 1865. Mas isto não interessa para o essencial, é apenas uma curiosidade. Pois ás vezes dá muito jeito falar dos grandes feitos da nação, e não são poucas as vezes que este "mito" é usado. Importa sim, quase 3 séculos depois (sim estamos no séc XXI), fazer um pequeno balanço.
Olhando assim rapidamente para estes últimos 300 anos de história, salta á vista, as grandes conquistas feitas neste domínio. Uns lembrarão com toda a propriedade, que nada foi dado de graça, outros que imperou o bom senso, e por último os do grupo onde me incluo, os que acham que tudo não passa de pequenos amendoins distribuídos pela populaça, com a finalidade de atingir outros fins!
Não, não sou comunista, bloquista, e nem outro "...ista", qualquer que me queiram chamar. Mas se mesmo assim acharem por bem classificar as minhas ideias com um pequeno "ista", isso só me fará dormir melhor ao fim do dia.
Esta crise que vivemos em pleno séc XXI, vem ainda reforçar mais a ideia que tinha sobre o trabalho. Centrando a análise, neste pequeno canto em que vivemos, (pois acho que seria desnecessário chamar para aqui casos mais flagrantes de novas formas de escravatura, como são a China, Paquistão, India, ou qualquer outro país do velho continente Africano) as poucas pessoas que ainda gozam do direito de não serem "Subsidio-dependentes", ficam expostas aos mais diversos tipos de chantagens. Quem já não foi "obrigado" em nome da crise a trabalhar horas infinitas sem o devido reembolso? Quantos de nós já não fomos obrigados a desempenhar outras funções para as quais não temos competência, ao abrigo do "para quem não que há muito"? Quantas mulheres escolheram a não maternidade, porque nesta altura não dá muito jeito? Quantos pais deixam horas infinitas os filhos entregues em mãos de desconhecidos, em nome do têm de ser? E em que nome fazemos nós tudo isto? Uns dizem que é em nome do progresso, da qualidade de vida, de encontrar uma saída para esta enfadonha crise. Pois bem e eu pergunto.
Bem estar de quem? Qual progresso? E onde esta a crise?
Acredito piamente que só somos escravos hoje, porque acima de todas as coisas está o misero salário com que somos ressarcidos no final de cada 30 dias de puro sacrifício. Sacrificamos a nossa família, os nossos amigos, a nossa vida, enfim a nossa qualidade de vida, em nome de qualquer coisa, que alguns "chicos espertos" nos dizem ser imperativo.

Pois bem a tudo isto eu digo, retiraram as correntes aos meus antepassados é verdade, mas trocaram os famosos metais que nos prendiam por outro bem precioso, e assim muito inteligentemente nos mantêm ESCRAVOS.

Resta então o olhar esperançado de uma criança incógnita, a vaguear algures pelo mundo, que um dia este planeta onde ela vive, lhe devolva a dignidade merecida.

Desculpem mas tinha de o dizer.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Reencontros...







Confesso que foi com muitas reservas que iniciei esta minha aventura. Não fosse um conjunto de circunstâncias, nem todas muito agradáveis, muito provavelmente estaria ainda atrás do monitor salvaguardado pelo anonimato a ler alguns Posts bem interessantes por sinal.

Quem me conhece sabe que não sou propriamente o verdadeiro exemplo da extroversão. Como tal, uma decisão desta natureza envolve sempre uma grande dose de adrenalina.

Sei que pode parecer caricato, mas estes dilemas absolutamente ridículos (quando observados com a distância necessária), são bem reais na minha vida.

Posto isto, perguntam vocês, o que fazem aqueles tipos ridículos vestidos ainda com o pijama, em cima de um palco? A foto de facto analisada superficialmente, é mesmo ridícula, confesso. Aliás ela é tão intimista, que dificilmente se distingue a realidade da fantasia! Por exemplo se enventualmete esta fizesse parte da primeira página de um qualquer jornal diário, e por baixo lhe colocasse a legenda: "jovens foragidos do Hospital Conde Ferreira armam richa em colectivade Gaiense". Qual de vocês duvidaria do facto?

Mas a realidade é bem diferente, e leva-me a viajar no tempo. A mim e a um grupo de 15 pessoas que na década de 80, aos 14 anos de idade, ganharam coragem e fundaram um grupo de teatro experimental. Sublinho que nessa altura o T.E.C (Teatro Experimental de Cascais), era ainda uma miragem. Trago-a aqui portanto para sublinhar 2 factos que considero muito importantes. Desde já o primeiro, que salta á vista de todos. É que nem sempre aquilo que estamos a ver, corresponde exactamente á realidade. Os preconceitos e os estéreotipos que nos são impostos, obrigam por vezes, a juízos de valor errados e precoces. Esta foto para mim é o exemplo perfeito para contraria a tese "mais vale uma imagem que mil palavras".

A segunda, é sem duvida a mais importante. Duas décadas depois, quando os julgava perdidos para sempre, este grupo de jovens tresloucados, juntou-se de novo. Descansem nenhum de nós pretende pisar de novo as tábuas dos palcos, para satisfação dos delegados de saúde publica.
Ver as brancas do Pedro, a barriga do Alex, os filhos da Lígia, a energia renovada da Su, ou até a nova voz da Beta, ficará para sempre marcada na minha memória. Foi um reencontro muito saudável, aliás quem nos observasse, duvidaria que não nos víamos desde os século passado. Cada recordação era contada no tempo correcto (passado), mas em jeito de... lembraste ontem...
Perfeito, simplesmente perfeito!