quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Trabalho...ou ainda a Escravatura?

Oficialmente a escravatura em Portugal foi abolida em 1869. Existe o mito, que o nosso país foi o primeiro no mundo a fazê-lo. Mas não passa disso mesmo, pois a Inglaterra já o havia feito em 1834, a França seguiu os mesmos passos em 1848, e logo depois os Estados Unidos em 1865. Mas isto não interessa para o essencial, é apenas uma curiosidade. Pois ás vezes dá muito jeito falar dos grandes feitos da nação, e não são poucas as vezes que este "mito" é usado. Importa sim, quase 3 séculos depois (sim estamos no séc XXI), fazer um pequeno balanço.
Olhando assim rapidamente para estes últimos 300 anos de história, salta á vista, as grandes conquistas feitas neste domínio. Uns lembrarão com toda a propriedade, que nada foi dado de graça, outros que imperou o bom senso, e por último os do grupo onde me incluo, os que acham que tudo não passa de pequenos amendoins distribuídos pela populaça, com a finalidade de atingir outros fins!
Não, não sou comunista, bloquista, e nem outro "...ista", qualquer que me queiram chamar. Mas se mesmo assim acharem por bem classificar as minhas ideias com um pequeno "ista", isso só me fará dormir melhor ao fim do dia.
Esta crise que vivemos em pleno séc XXI, vem ainda reforçar mais a ideia que tinha sobre o trabalho. Centrando a análise, neste pequeno canto em que vivemos, (pois acho que seria desnecessário chamar para aqui casos mais flagrantes de novas formas de escravatura, como são a China, Paquistão, India, ou qualquer outro país do velho continente Africano) as poucas pessoas que ainda gozam do direito de não serem "Subsidio-dependentes", ficam expostas aos mais diversos tipos de chantagens. Quem já não foi "obrigado" em nome da crise a trabalhar horas infinitas sem o devido reembolso? Quantos de nós já não fomos obrigados a desempenhar outras funções para as quais não temos competência, ao abrigo do "para quem não que há muito"? Quantas mulheres escolheram a não maternidade, porque nesta altura não dá muito jeito? Quantos pais deixam horas infinitas os filhos entregues em mãos de desconhecidos, em nome do têm de ser? E em que nome fazemos nós tudo isto? Uns dizem que é em nome do progresso, da qualidade de vida, de encontrar uma saída para esta enfadonha crise. Pois bem e eu pergunto.
Bem estar de quem? Qual progresso? E onde esta a crise?
Acredito piamente que só somos escravos hoje, porque acima de todas as coisas está o misero salário com que somos ressarcidos no final de cada 30 dias de puro sacrifício. Sacrificamos a nossa família, os nossos amigos, a nossa vida, enfim a nossa qualidade de vida, em nome de qualquer coisa, que alguns "chicos espertos" nos dizem ser imperativo.

Pois bem a tudo isto eu digo, retiraram as correntes aos meus antepassados é verdade, mas trocaram os famosos metais que nos prendiam por outro bem precioso, e assim muito inteligentemente nos mantêm ESCRAVOS.

Resta então o olhar esperançado de uma criança incógnita, a vaguear algures pelo mundo, que um dia este planeta onde ela vive, lhe devolva a dignidade merecida.

Desculpem mas tinha de o dizer.

2 comentários:

  1. Vim agradecer a visita ao meu blog...obrigada pelas palavras...
    Virei com calma visitar o seu...
    beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Eu é que agradesso a gentileza da resposta.

    ResponderEliminar