terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Viagem

Com maior ou menor dificuldade, maior ou menor clarividência, escolhemos da melhor forma possível os caminhos a palmilhar. Claro, na hora de mudar de direcção, nos momentos em que a vida nos coloca perante alguma encruzilhada, escolhemos com absoluta normalidade, os trilhos mais bem desenhados, os que nos possibilitam ver a linha de chegada, ou simplesmente deixamos-nos guiar pelo ponto cardeal que nos leve a um clima mais ameno, mais favorável. Não é menos frequente na nossa caminhada, traçar linhas paralelas, de onde podemos espreitar os caminhos dos nossos companheiros de viagem. É uma forma natural de parameterizar a nossa própria caminhada. Gostamos de saber que não somos exclusivos, que existe alguém por aí conhecedor das mesmas paisagens, das mesmas cores e cheiros. E se porventura algum companheiro de viagem consegue com um golpe de rins, fintar o percurso tornando-o mais curto, menos agreste, logo surgem os que tentado imitar, tropeçam e caem. Não percebem ainda que por muito similares que sejam, os trilhos são todos eles únicos, como se fossem feitos à medida de cada um que os pisa. Eu sou dos que tropeçando, aprendi a levantar-me, sacudir a poeira, e seguir de novo o meu caminho procurando não voltar a repetir a finta. Vou por aí, num trilho absolutamente normal, bem desenhado, umas vezes belo nas paisagens que me mostra, outras nem por isso, bem acompanhado, e onde quase sempre encontro placas de sinalização, para poder mudar de rumo.
Mas não são raras as vezes, que paro para pensar como seria a minha caminhada, se eventualmente não encontrasse os pontos de referência. Sim como será viajar em pleno deserto, onde nada é delineado, onde se confundem os pontos cardeais, onde predominam as miragens, e onde tudo é inóspito? Nessas alturas deixo-me engolir pelo medo. Acho que nunca estarei preparado para a viagem das viagens.


5 comentários:

  1. A vida é "A" viagem! Convém sempre estar bem acompanhado para partilhar o bom e o mau! Estou com medo de não acabar a minha e sem percorrer estradas importantes...
    :) Beijinh

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  2. Tu estás muito bem acompanhada, e tenho a certeza absoluta que irás passar em todas as estradas que quiseres. Fico muito contente por teres regressado depois de mais uma ausència. Ás vezes deixas-me preocupado.
    Beijinho/Abraço

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  3. Sabes lá tu das minhas companhias... Não tenhas certezas absolutas, muito menos quando é por coisas que não dependem só de uma pessoa!
    Feliz por regressar, mas não são ausencias. Não te preocupes...
    Obrigada pelo beijinho, mas principalmente pelo abraço, achho que estava mesmo a precisar...

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  4. Hummmm... :( Espero que fiques bem rápido.
    Quando me referi Ás companhias queria dizer amigos, peço perdão pelo equívoco.
    O fundamental é que fiques bem. Se precisares de ajuda, estás com a porta aberta.
    Beijinho

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  5. Não é equivoco nenhum, eu é que peço desculpa... Quando falei das companhias generalizei, claro que tenho bons Amigos, graças a Deus!
    Obrigada e desculpa mais uma vez...

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