segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O peso das palavras

Há palavras que nasceram destinadas a serem grandiosas. São aquele conjunto de letras que mesmo sussurradas, têm a capacidade de mudar estados de alma, fazer a diferença entre a guerra e a paz, ou mesmo entre a vida e a morte. Elas existem, todos lhe atribuem a importância necessária, e nem preciso de as enumerar para sabermos quais são. Basta um ligeiro exercício de memória e elas surgem em catadupa. Mas existem também as outras, aquelas que aparentemente nada são, ou nada representam. Simplesmente descreverem o que nos rodeia, implicam acção, ou somente classificam o que se queira. No entanto essas mesmas palavras, as que nasceram pobres, despidas de tudo, as que não são nobres, quando ditas cirurgicamente, podem adquirir um poder igual, ou maior ao das outras, as nobres. Elas adquirem um valor acrescentado, surgem por este ou aquele motivo inflacionadas, muito pela nossa capacidade de as transformar, de lhes atribuirmos a importância (in)devida. Isto vem a propósito, porque ontem alguém disse: "...olá, então? Já tinha saudades de te ver homem! Entra!" Pois são palavras tão simples, tão banais, mas que nesse preciso momento adquiriram uma importância transcendente.

2 comentários:

  1. E eu sou daqueles que acreditam que às palavras não as leva o vento, se forem autênticas, claro.
    Abraço.

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  2. Rsss... Nem vento, nem a maior das tempestades.
    E há algumas que fazem mesmo bem!
    Um grande Abraço!

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