domingo, 6 de setembro de 2009

E o burro?..Sou eu?...




Estou desiludido… e não é um sentimento novo. Esta “coisa” de acreditar, o reaprender a reerguer a bandeira nacional, o descobrir que existe um verdadeiro desígnio nacional, têm por norma este epílogo. Mesmo que em jogo, só esteja a selecção de futebol. Eu sempre acreditei nas pequenas sementes, nas que normalmente se semeiam e resultam em flores resplandecentes, ou em deliciosos frutos. Aqui, o efeito poderia ter sido exactamente o mesmo. O efeito da multiplicação, ou o da bola de neve, poderia ter sido alargado a outros sectores da nossa sociedade. Poderia, digo bem, se soubessem aproveitar a onda lançada, pelo brasileiro mais português do mundo, que alguma vez pisou as terras de Portugal. É que a capacidade de gestão dos quadros que representam a selecção de todos nós (espero que ainda seja), deixaram fugir a pérola. Acharam que era o fim de um ciclo, que teríamos de escrever outra página. Enfim as desculpas de circunstância dadas por quem já não quer mais, ou pelos abutres sedentos de sangue. A verdade nua e crua, é que Scolari aferia um salário elevadíssimo, e tinha praticamente a família toda a trabalhar com ele a ganhar também um bom salário, e diga-se por último, era brasileiro. Se porventura fosse jogador de futebol até nem lhe ficaria mal, mas treinador de futebol brasileiro… é dose não é?


Acabado o “ciclo” Scolari nasceu a “era” Queirós. Nasceu… renasceu, porque o estimado já conhecia o lugar, onde aliás até estavam exactamente os mesmos actores. E o salário? O homem vindo do Reino Unido, qual D. Sebastião, veio ganhar substancialmente mais, mas não era brasileiro, logo o facto deixava de ter relevância. Lembro até que a autoridade máxima do futebol (Pinto da Costa), lhe deu a bênção. Não sei, se depois o gesto foi correspondido com o habitual beijo do anel… quer dizer desconfio…mas não sei.


Viram o jogo ontem? Espero que o tenham visto, porque fiquei com a nítida sensação que o país não parou, as bandeiras não foram erguidas, e ficamos todos pêlo “deixa lá ver a rapaziada”. Sabem exactamente quantos meses passaram desde a saída do “Sargentão”? Eu não. E mesmo que o soubesse não diria. Recuso-me determinantemente lembrar, que naquele banco está outro. Não é que tenha algo contra a selecção, é diferente, e faz-me confusão trocarem um treinador campeão do mundo sénior, que não percebia nada de futebol, por outro campeão do mundo júnior, que sabe tudo mas não ganha nada. Costumam dizer que o amor é cego e é verdade. Depois faz-me uma enorme confusão, andarem para ai a dizer, que compramos jogadores brasileiros para a selecção portuguesa, e acabado o jogo, ficamos pelo empate habitual. No tempo do Scolari, se alguém se atrevesse a um sussurro parecido, saía de campo vergado a uma goleada. Não era?


Estou desiludido, depois de ter assistido ao jogo de ontem, que mais uma vez entraremos na normalidade. Acabaram as bandeiras, aquele frio no estômago incontrolável antes de cada jogo da selecção, e aos festejos de rua. Também isso é o comportamento habitual das sociedades “terceiro-mundista”. Eu estou mesmo convencido, só pedia o pequeno favor Sr. Professor Carlos Queirós, se é que o permite, não diga que está a trabalhar para obter resultados daqui a dez anos. Para além de ficar mal, toda a gente vê pelos seleccionados que não é verdade… olhe resta-nos dizer “e o burro? Sou eu?”

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