quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não sonhei não!


Eu tal como qualquer outro ser vivo, tenho os meus dias. E hoje é um dia particularmente difícil. Não dormi, ou se quiserem dormi mal, o espírito não sossega, nem pode. Tudo porque ontem, alguém decidiu transformar uma simples despedida de uns familiares rumo ao Brasil, num pequeno furacão. E fez-lo deliberadamente, não foi obra do acaso. Descansem que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro não assistiu a nenhum escândalo, aliás pelo que me foi dado a observar, a noite por lá esteve perfeitamente tranquila. Despedidas feitas, o meu tio, e a minha nova tia, embarcaram à hora marcada, e o problema foi exactamente esse. Porque mal pousou o pé esquerdo na porta de embarque, e o malfadado télélé já tocava. E quando ele toca por norma nunca saem de lá boas novas, bem pelo contrário. Digamos que a norma confirmou a afirmação. Esse alguém, que é lavadeira de profissão, dessas lavadeiras modernas que usam máquinas industrias e tudo, mas que carregam no espírito todo o historial das antigas, as que corriam para o rio para lavar as vergonhas dando mais uso à língua do que ao sabão, decidiu fazer um "cozinhado". Não pensem que fui apanhado de surpresa, sabia que iria acontecer, só que nunca pensei é que o iria fazer no minuto exacto, em que o pobre homem colocou o pé na porta de embarque. Mais, deu-se ao luxo de enviar tropas camufladas para território inimigo bem ao estilo da CIA. As lavadeiras, com todo o respeito por quem exerce a profissão condignamente, estão a ficar mais rebuscadas, mais refinadas, mais atentas ás novas tecnologias. No entanto esta em particular, é burra (com a devida vénia para o estimável animal por quem, por sinal tenho grande afeição), covarde, não respeita nem sequer os progenitores, egoísta, e má. É talvez o maior exemplo que consigo arranjar nos meus 39 anos de vida, de uma pessoa realmente má. E como é natural todas as pessoas com esta natureza, acham que todos os que os rodeiam são o seu fiel espelho, mas não são. Vou poupar-vos aos pormenores das atrocidades que ontem a criatura inventou, para que possam continuar com a vossa saúde mental intacta, aliás isso nem é fundamental. O que me leva ainda a estar perplexo, é que depois de tantos anos de atropelos, de insultos, de mentiras, de infidelidades, de traumatizar menores, enfim...ainda se lembre que a antiga família existe. Não é que a memória seja tida como negativa, ela seria bem-vinda, é o uso que deu à memória que está errado e que tira o sono. Ligou para tentar ocupar o lugar de Tia que já não é (para mim deixou de o ser aos 6 anos de idade), e para tentar repetir os velhos actos. Conseguiu lançar a confusão momentânea, é certo, mas acabou-se o tempo. Esta é a promessa que aqui fica escrita, como se de um documento se tratasse. A lavadeira esqueceu-se que bateu a uma porta onde o sangue conta, onde o significado das palavras têm o seu real valor. E como ousou ela pensar que nós também ex sobrinhos seriamos aqueles seres frágeis sedentos de afectos? O que lhe passaria pela cabeça? Desespero? Ou será que a felicidade alheia lhe faz mal? Sinceramente não sei. Sei que não dormi, ou dormi mal como quiserem, mas acordei com uma certeza. Jamais alguém no final deste episódio sairá prejudicado, nem primo, nem prima, nem tio, nem pai e mãe, e muito menos os meus irmãos, vitimas anos a fio deste ser errante.
Perdoem o desabafo, mas estou verdadeiramente irritado!

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