sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Epilogos

Nunca estar satisfeito com o que se tem, é absolutamente normal. Não é novo, é intrínseco ao ser humano e ainda bem. A não ser que... bem, a não ser que eventualmente, por uma razão qualquer de análise, deite-mos literalmente tudo porta fora. Todos passamos por momentos menos bons é certo, mas subestimar deliberadamente só porque dá jeito, pode vir a revelar-se um erro estratégico. Não é que a terra não continue a efectuar o seu movimento natural de rotação, mas provavelmente não o fará da mesma forma. Todos ambicionamos, mesmo que passemos a vida a controlar o sentimento na esperança de não nos desviarmos muito do caminho, e pensar que o dinheiro compensa tudo é errado, ajuda sim, e muito, mas não substitui o reconhecimento do nosso esforço. De que serve todo o suor derramado, às vezes com sacrifício de projectos pessoais? A conta bancária provavelmente sobe, é de facto positivo, mas tudo à volta permanece igual, imóvel, como se o relógio de repente se negasse a dar horas. E como todos têm direito a sonhar, nem que seja com o simples reconhecimento comunitário, quando por distracção, convictamente, ou simplesmente para dar o jeito, nos cortam as asas esquecendo factos vitais, e inventando outros, tudo à volta se desmorona. É bem mais difícil construir o sonho. Destruí-lo torna-se numa banalidade, num acto desprezível, e irreparável, mesmo que o mundo continue a girar dia após dia. Porque, como já nos habituamos a ouvir e a ver no famigerado anuncio, " ...podíamos continuar calados, a fazer de conta, a não ligar muito para o assunto, claro que podíamos, mas...já não é a mesma coisa.", é imperativo deitar pés ao caminho, e construir novos sonhos, novos desafios, e assim será.
Sejamos sérios, se o mundo ás vezes gira, é porque lhe da-mos uma ajudinha, mesmo que não pareça, e tudo à volta ande permanentemente em bicos de pés.

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