segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

3..2..1... Vamos lá! Todos a miar!

Hoje estou assim... não sei se chore, ou... se desate à gargalhada. Tudo porque ontem, à imagem e semelhança dos últimos domingos, decidi tentar assistir a mais uma emissão dos Ídolos. Quem assistiu certamente adivinhará com absoluta normalidade o meu estado de espírito, e sem querer empolar demasiadamente o assunto, será igualmente normal se estiverem nesta espécie de limbo espiritual. Acreditem que a vontade de estar diante do ecrã a assistir ao programa, diminui semana após semana, e os grandes culpados são os concorrentes. Na minha opinião nunca vi tanto atropelo à qualidade dos candidatos num programa deste género na TV, e orgulho-me de os ter visto todos. Não sei se porventura serão os meus ouvidos a atraiçoar-me, ou se eventualmente estarei mal habituado, pois através destes programas nasceram verdadeiras estrelas do panorama musical português. Ninguém questionará a qualidade da Sara Tavares, do João Pedro Pais e companhia, pois não? Pois é. Mas nesta edição dos Ídolos é raro o domingo em que não escute alguém a "miar" na TV, ou pura e simplesmente esquecer que o sol é ligeiramente diferente do ré, ou que as oitavas são para respeitar nos coros. E tudo acontece com a cumplicidade generalizada de um Júri comprometido por graves erros de casting. Enfim... eu sei que se deve garantir oportunidades a autodidactas, eles existem, andam sempre por ai e transportam consigo qualidades intrincas para a música. O que não compreendo, o que já não tolero é um mês depois do inicio do programa, não conseguir deslumbrar alguém que saiba o que é uma clave, como respirar, ou simplesmente como manusear o microfone durante a actuação. É o básico, é de iniciado, e os erros acumulam-se um pouco por todos eles. No final a voz harmoniosa do júri apenas diz "...teve uns problemas de afinação...mas a imagem estava bem cuidada...o publico bateu palmas...portanto estiveste bem." Ora vamos lá ver se percebo bem a lógica, o Pitágoras (gato do meu tio), com uma produção à maneira, desde que a claque presente bata umas palmitas, pode ser estrela POP? Deve ser essa a lógica. Bem ironias à parte falemos agora de coisas bem mais sérias. Ontem para desespero de alguns, o Manuel Moura dos Santos, vulgo Manel, perdeu as estribeiras, e disse o que não poderia ter dito, a quem nunca deveria dizer absolutamente nada, a confirmar-se que não gosta do Madeirense, Carlos Costa. Eu descodifico resumidamente para quem não viu nem ouviu. A quando do seu comentário, Manel issurgiu-se contra a escolha musical do Carlos "ANJOS", apelidando de POP foleiro, ou azeiteiro, achando todas as escolhas do candidato duvidosas, apesar de este dominar o instrumento vocal, não desafinando. Como é lógico a Claque presente tentou evitar o prolongamento da crítica negativa, levando o Manel à loucura. Foi neste exacto momento que percebi estar a perder tempo a assistir a um programa deprimente, absolutamente deprimente. O Nelito levado pela loucura, mais parecia uma lavadeira de roupa suja no rio comunitário, tentava a todo custo dizer que estávamos em democracia, e como tal ele tinha o direito de dizer o que pensa. A convicção para convencer os espectadores era tanta, que por um triz não fez do microfone uma ceia antecipada. O pior é que a claque calou-se, e assim fica neste programa a máxima, em democracia o Manel diz o que pensa, os outros têm o direito de escutar, os aplausos e apupos só podem ser dirigidos a quem actua. Quem não concordar com ele faça o favor retire-se, não vá ver, saia do país, ou pior peça asilo politico. Olhem que com esta noção de democracia, ou de liberdade, Portugal corre o risco de ficar rapidamente com menos habitantes. Mas ontem o menino Nelito fez pior, muito pior. Apelidou os amigos Anjos de foleiros. O Manel poderia até nem gostar de os ouvir, pode ter gostos musicais diferentes, mas não está na SIC para os divulgar, pelo menos não naquele programa, não aquela hora. Depois isso de ser foleiro tem muito que se lhe diga, já é um problema antigo, lembrem-se que Mozart na época em que viveu, era também apelidado de compositor azeiteiro, e uns séculos mais tarde, considerado um verdadeiro génio da música, venerado por uma legião de admiradores. Enfim, são invejas, preconceitos, não passam disso...o tempo encarregar-se-a de apagar este tipo de comentários estúpidos e intolerantes. Mas o amigo Mourão, júri a quem foi permitida a entrada de uma sobrinha, a quem pode abertamente fazer comentários, afirmou categoricamente não gostar do Carlos, nem das escolhas do rapaz. E assim num ápice acabou com o ÍDOLOS. Ninguém com tanta experiência conteria um erro primário destes, mas pelos vistos cometeu. O Carlos é Madeirense, o que por si só garante votos, agora transformado em vítima pelo nosso amigo defensor de umas liberdades estranhas, garantirá muitos mais votos do continente, transformando-se assim no vencedor virtual...mesmo que comece a imitar a sinfonia nº3 de Pitágoras (gato do meu tio).

Já agora Manuel Mourão, se algum dia ler este post, fique a saber que o Carlos não é o meu favorito, mas votarei pelo menos uma vez no rapaz, só para contrariar. E por último, eu no seu lugar deixaria de imediato o meu lugar de jurado, mal a minha sobrinha atravessa-se aquela porta. Sabe para quem defende com tanto vigor a liberdade, fica de igual forma bem defender a transparência. E parece-me a mim e a mais alguns que ela está quebrada. Mesmo que muitos por educação, não o digam abertamente. Eu também tal como o Manel não me escondo atrás do que escrevo ou digo, se precisar é só dizer, terei todo o gosto de lhe divulgar o meu nome, ou nº de B.I se precisar.

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